Olá! Karatecas
Após um bom tempo sem escrever por aqui, cá estou novamente para lhes contar a experiência que tive no último sábado. Ocorreu no dia 15.03.2025 o Campeonato Paulista de Karate Tradicional da FPTK na cidade de Barueri/SP.
Já a algum tempo eu queria sentir essa sensação novamente, e foram variados fatores que sempre me impediam, seja por razões de estudo, ou compromissos profissionais, eu sempre deixei isso para segundo plano, embora sempre tive convicção que precisava sentir novamente esse frio na barriga.
Sempre entendi que a competição também é uma parte do estudo do Karate, ainda que não seja o mais importante. Nos conduz a estudar as possibilidades externas, os competidores, as possibilidades adversas, para aprendemos a dominar a pressão e combater o stress causado no dia a dia por nossas atividades cotidianas.
Então comecei a treinar com o pensamento em me testar, dias antes eu refleti, e decidi, dessa vez eu vou, meu pensamento de longe seria ganhar alguma medalha, era só um experimento mesmo, desses muitos que faço ao logo dos anos desde meu retorno ao Karate.
Eu sempre tive uma convicção, a de que que estou treinando Karate em um dos melhores Dojo do estado de São Paulo, o ARITA DOJO, com a orientação de um excelente Sensei RODRIGO ARITA.
Algo me dizia internamente, que eu tinha algo a mostrar, me escrevi na categoria master, afinal já estou me aproximando dos 46 anos, e nesses tempos está muito difícil de acompanhar a garotada.
Nessa faixa etária as dores pelo corpo começam a incomodar e por vezes são terríveis, seja na articulação do joelho, do ombro, tornozelo, e muitas dores musculares.
Competi nas modalidades de Kata e no Kumite. No Kata consegui a medalha de prata ficando na segunda colocação, disse para mim mesmo:
- Olha até que nada mal para alguém sem experiencia em competições.
Vou relatar aqui para vocês um pouco dessa experiencia.
Os Kata são sorteados até a etapa semi-final da competição, entre os 5 Kata básicos do Shotokan. Nas 2 primeiras rodadas caiu o Kata que menos gosto, e nem sei dizer o motivo, mais caiu 2 vezes seguidas o mesmo, e pensei então:
- Vamos lá! que seja esse.
Na final os 4 melhores classificados escolhem o seu Tokui Kata, ou seja, o seu melhor Kata, repito não fui pensando em medalhas, então queria testar fazendo o Kata que mais gosto o Kankudai, fui desencorajado pelos meus amigos. Fiz o Kata Bassai Dai, afinal é esse Kata que mais faço no Dojo, com plena convicção que posso melhorar muito mais a execução dele, e mesmo assim tive uma nota interessante, o que certamente tem total reflexo nos treinos que tenho tentado absorver dentro do Dojo.
No Kumite gostei de minha primeira luta, passei pelo primeiro adversário, já na segunda rodada acho que errei no peso da mão, competindo com um colega do Dojo acabei causando um corte no mesmo com um golpe de Giaku Zuki, e fui desclassificado.
Obvio fiquei triste, afinal machucou um colega do Dojo, eu fiquei um tanto ansioso para saber como ele estava, mas no final ficou tudo bem.
O que mais eu aprendi depois de toda essa experiencia com muitos anos de treino, foi que sempre trenei na tormenta, em um turbilhão situações complicadas. Porém que todas as vezes que eu vesti o meu Karategi foi para dar o meu melhor, aquela 1 hora de treino é sagrado é um momento que não posso me distrair com conversas sem proposito, e que preciso me concentrar. Se perco um minuto significa que deixarei de trazer algo novo comigo, ou seja, mais conhecimento.
Embora vivamos em uma sociedade que valoriza muito mais o que o ser humano aparenta ser, ou que possa possuir, são as suas intenções que pode fazer a diferença na própria vida e de outras pessoas.
Venho repetindo por muitos anos aqui nesse Blog, meu papel é mostrar que você pode ir além, buscando mostrar alguns exemplos no dia a dia, e mesmo com obstáculos no caminho, você pode treinar Karate-do em qualquer momento de sua vida, sob circunstâncias das mais adversas, já recebi mensagem de muitas pessoas relatando que tudo que compartilho incentiva a treinar. Então isso já basta, sinto que meu papel como estudante e incentivador da prática do Karate vem sendo cumprido.
Se você está desanimado busque exemplos que possam te inspirar, se parou sempre haverá tempo de recomeçar, e se não começou te convido a conhecer essa arte marcial que mudou totalmente a forma como eu enxergo a vida.
Deixo aqui a minha minha medalha para ficar ao lado dessa homenagem, a minha maior incentivadora, minha amada mãe JÔ, que nos deixou em 2024, que ela possa trazer sempre as boas lembranças que passamos juntos.
Oss! Osu! Ossu
Jefferson Oliveira
Estudante de Karate-do e Professor de Educação Física
