quinta-feira, 7 de novembro de 2019

KARATE CITY UM MOVIMENTO PARA POPULARIZAR A PRÁTICA DO KARATE

Imagem: Jardim Japonês - Parque Chico Mendes - Osasco/SP 

Olá Karatekas! 

Hoje vamos conhecer um pouco mais sobre o movimento chamado KARATE CITY, que é a iniciativa de alguns Karatecas de proporcionar vivencias da prática do Karate em locais públicos.

Estivemos juntos no Parque Chico Mendes que fica localizado na cidade Osasco/SP e que por sinal trata-se de um local calmo e tranquilo cercado da natureza, e propício a prática das artes marciais. O intuito foi entender as motivações por trás desse movimento denominado Karate City     

Em minha conversa com os principais organizadores pude perceber que eles desejam a popularização do movimento no intuito de tornar a pratica tão acessível quando a de outras modalidades esportivas. 

Como bem sabemos o Karate é para todos. Porém talvez nem todos sejam para o Karate. Permita-se viver essa experiência, para que você possa ter a oportunidade experimentar isto, que chamamos de estilo de vida.

Através de iniciativas como essas você poderá invariavelmente treinar em praças e locais públicos. Mês a mês o pessoal do KARATE CITY vem propondo as atividades em locais variados, e conjuntamente vem homenageando grandes nomes da história do Karate no Brasil e no mundo.


RAIO-X DOS ENTREVISTADOS

ATILA RAMOS 
  • 1º Dan Karate Shotokan pela Associação Nishikawa.
  • Presidente da Associação Tengu Dojo de artes marciais.
  • Professor do Projeto Temáticos de artes marciais FPK.
  • Líder Nacional do Movimento Karate City.
ALEXANDRE VIERA 
  • 1º Dan Karate Shotokan iniciou a cerca de 30 anos na Associação Gaviões em SP.
  • Líder Nacional do Movimento Karate City
  • Professor da Associação Tengu Karate Dojo
  • Fundador do Grupo Caminhos do Guerreiro no Facebook  e no Whatssap 

Vamos à entrevista...


Jefferson Oliveira: O que é o Karate City e como surgiu essa ideia?

Alexandre Vieira Líder Nacional do Karate City
Alexandre Vieira: O movimento Karate City consiste em apresentar o Karate para aquelas pessoas que não conhecem a arte. 

O objetivo é mudar  essa ideia de que o Karate é uma arte marcial para bater nas pessoas. E não é isso. 

A ideia é apresentar um pouco do que é treinado dentro dos Dojos, dessa forma mostrar o verdadeiro sentido da prática do Karate.

Durante algumas conversas com o Sensei Atila o mesmo apresentou-me a ideia, e logo de cara eu á abracei. Já estamos desde 2015 tocando esse projeto. 


Jefferson Oliveira: Quem está nos bastidores e quem organizam os treinos? Fale sobre as pessoas e como são escolhidos os locais dos treinos. E qual o local mais diferente vocês já treinaram?

Alexandre Vieira: Eu, o Sensei Atila e nosso colega Tapety somos os pilares.
Atila Ramos: Inicialmente a ideia do Karate City foi envolver pessoas que já treinam o Karate para quebrar um pouco o gelo e dessa forma fazer com que as pessoas perdessem um pouco a vergonha. Em uma segunda instância, nós passamos a envolver as pessoas curiosas que paravam para observar os treinos, assim conseguimos ter um público variado e diversificado. Sempre gosto de enfatizar que qualquer pessoa consegue treinar conosco e procuramos sempre aqueles locais de fácil acesso, normalmente próximos á estações de metro e terminais de ônibus para que dessa forma as pessoas consigam chegar dentro dos horários de treino. Falando ainda desses locais procuramos lugares agradáveis que promovam o bem estar. Enfim, lugares bonitos. 

Penso que se estamos saindo daquele ambiente de quatro paredes é justamente em busca de um ambiente favorável e harmonioso para que o treino de Karate flua com uma energia legal. 

Por exemplo: já treinamos no MINHOCÃO em São Paulo Capital que é um lugar que foge totalmente do cotidiano, também em lugares como o PARQUE VILLA LOBOS ou PARQUE DO IBIRAPUERA também na cidade de São Paulo. Imagino que o lugar mais inusitado, ainda está por vir, estamos reservando uma surpresa especial para o mês de dezembro, mais já adianto será o lugar mais diferente que já estivemos. 


Jefferson Oliveira: Hoje vemos é o Karate fragmentado pela existência de muitas Federações, Confederações e até Escolas de Karate. O Karate City me parece um movimento agregador e democrático. Fale um pouco para nós sobre essa visão. 

Atila Ramos Líder Nacional do Karate City
Atila Ramos: Para explicar isso preciso falar mais sobre os objetivos do Karate City. Digamos que esse movimento deve ser um facilitador de caminhos. Se imaginarmos o Karate como se fosse uma estrada, como exemplo: Uma rodovia temos diversas pistas com variadas velocidade que levam ao mesmo lugar. Na federação X a pessoa segue por uma via, na escola Y por outra, e isso pode ser negativo, é como se ficássemos ilhados dentro de nossa organização e nosso Dojo. Penso que podemos aprender mais com outras vivencias. 

Quando ficamos restritos apenas em nossa organização acabamos não vendo o mundo, vivemos em um nicho onde as ideias são polarizadas, o Karate City vem numa contramão propondo assim o compartilhamento de conhecimento. No Karate City nossa bandeira é Karate, sempre sem rivalidades pois devemos deixar isso para passado. 


Jefferson Oliveira: E as homenagens que vem sendo veiculadas a grandes mestres no Brasil e no mundo, como surgiu essa ideia?

Ultimo evento realizado no mês de Outubro 2019 
Atila Ramos: Estamos pensando no futuro, não podemos esquecer o passado, precisamos sempre nos lembrar dos mestres que foram importantes para o desenvolvimento do Karate para chegarmos onde estamos agora. Essas memórias são importantes para formação dos novos Karatecas, saber quem foi que cortou o mato. 

Não podemos deixar essas memórias restritas somente aos alunos desses mestres queremos expandir. Eles deram a vida para o Karate e precisamos levar adiante esse legado independente se temos uma descendência direta ou não. A função do Karate City é lembrar-se de quem abriu o campo independente de federação, escola e até de estilo. Se o homenageando teve uma participação efetiva deve ser lembrada. 

Aquele que está passando pelo parque curioso, precisa saber sobre as origens e também sobre a importância daquele mestre, temos que mostrar isso. Hoje vivemos em uma cultura que tem memória curta e se não nos atentarmos a isso não teremos futuro. 

Vale ressaltar que pensamos em homenagear mestres de varias localidades no Brasil e até no mundo. Fizemos três homenagens internacionais, por exemplo: Mestre Gichin Funakoshi e Nakayama do Shotokan e o Mestre Oyama do Karate de contato achamos que estes tiveram grande relevância na disseminação do Karate no mundo. Pretendemos continuar em 2020 com as homenagens e também fazê-la com mestres em vida. 

Jefferson Oliveira: Quero abordar uma questão importante, no caso, á segregação social, um grande problema dessa sociedade capitalista onde as pessoas são invariavelmente excluídas de práticas esportivas menos populares, cito as artes marciais. É possível ajudar tirar alguém das drogas ou até mesmo da criminalidade? O Karate City pode efetivamente contribuir para incluir e resgatar essas pessoas? 

Foto: Anjos da Guarda do Parque Chico Mendes
Atila Ramos: No Karate City temos algumas peças importantes, existe um modelo que seguimos. Temos o orador do treino que escolhemos pela competência. É uma pessoa que sabe se expressar, temos um responsável pela segurança que cuida dos primeiros socorros, e pensamos, que por se tratar de um treino aberto no ambiente urbano, às vezes as pessoas não se hidratam ou se alimentam corretamente logo pode vir a passar mal. Temos um Bombeiro que é o Tapety que faz essa parte. 

Temos ainda uma figura que é o “chamador”, aqui em São Paulo sou que faço esse papel, onde toda e qualquer pessoa que nos observa eu procuro ir ao em encontro e convido-a, independente da classe social, cor, orientação sexual ou mesmo que tenha alguma limitação física. Nós vemos o Karate como um lema de vida e que qualquer pessoa pode treinar. 

Nos temos exemplos dentro do Karate cito o exemplo que é o uso do Karate Gi branco, acredito que isso é importante para que não haja diferenciação, nós precisamos estender as mãos para as pessoas. 

Tivemos um caso no treino que ocorreu no minhocão em SP e foi uma homenagem à família Caribe da Bahia, aonde uma moradora de rua veio a participar de parte deste treino. A mesma tentou acompanhar na execução de alguns Katas. Não sei qual foi futuro dessa pessoa, mais naquele momento ela vivenciou o Karate, ela teve um pouco de esperança na vida dela, e foi graças a essa vivencia. 

Por isso que enfatizo que queremos proporcionar a possibilidade de experimentar algo novo. 

Alexandre Vieira: Para se ter uma experiência durante o treino no Karate City não é necessário o uso de vestimenta formal no caso o Karategi. O treino realmente está aberto a quem tem a boa vontade de treinar. 

O Karate é um assistente da justiça, um resgatador de pessoas, trabalhamos á lapidação do caráter. Já fui uma pessoa muito briguenta, hoje se as pessoas querem me confrontar ou me colocar para baixo não me importo, e isso já não me atinge mais. 


Jefferson Oliveira: Um movimento nascido em São Paulo. Conte-nos quais a metas e objetivos para expansão do Karate City para outras localidades no Brasil.

Alexandre Vieira: Penso muito grande, temos nossas redes sociais: Facebook, Instagram, Twiter e grupos de Whatssap. 

Esse ano teremos a participação de mais dois estados brasileiros: o Rio de janeiro e o Pará na capital Belém. O treino será simultâneo, porém no Pará deverá começar uma hora antes em virtude do calor.  Já dividimos os grupos no Whatssap e temos um grupo para cada localidade e desejamos alcançar em breve o Brasil todo, e por não expandir até mais além. 


Recado dos Líderes do Karate City 

Alexandre Vieira: Nós convidamos vocês a participarem do Karate City, independente de federação, confederação ou escolas. O importante é treinarmos Karate e mostrarmos os fundamentos dessa arte que é transformadora de vidas e que mudou tanto a minha vida como a do amigo Atila

Nós sempre usamos as nossas redes sociais para mante-los informados dos eventos, no Facebook pesquise por Karate City Memoriais ou Treinos itinerante ou pela #Karatecitymemoriais. 

Vocês também podem entrar em contato através de nosso grupo de Whatssap no intuito de agregarmos mais Karatekas nesse movimento. Além disso estamos sempre publicando alguns vídeos desses treinos em nosso canal no Youtube e em breve estaremos publicando algo mais elaborado. 

Atila Ramos: Sintetizando o Karate City, imaginemos quando você sai para trabalhar e tem cinco crianças brincando. O que se vê hoje é a pratica do futebol, voleibol etc. 

Eu pergunto: E se você visse essas crianças por exemplo fazendo um Kata ou Kihon? 

A primeira reação que o Karateka tem é a dúvida ou estranheza. Mais se isso fosse normal? O objetivo do Karate City é transformar isso é normal.

Para quem está nos acompanhando aqui, não importa se sua cidade é pequena ou grande, junte seus amigos, vai treinar Karate na praça ou no parque, venha junto com a gente ajudar a fazer história no Karate, e ampliar os seus horizontes. 

Vamos seguir para o futuro sem esquecer as tradições.

Oss!


Agradecimento

A toda equipe do Karate City pelo nosso bate-papo, particularmente a Atila Ramos e Alexandre Vieira que toparam esse encontro e atravessaram a cidade para trazer essa bandeira por um Karate inclusivo e democrático. Sucesso amigos!

A equipe do Parque Chico Mendes que gentilmente vieram até nós abrindo as portas para visitas futuras.


Considerações finais    

Hoje vivemos em um mundo cheio de competições, e não me refiro aquelas dentro dos kotos ou tatames.

Afirmações do tipo aqui tem Karate é comumente recitado nos dojos Brasil á fora. E nesse sentido acredito que o Karate City por ser um movimento agregador pois ele une as pessoas em prol do objetivo principal da arte que é treinar.

Se você quer treinar sem bandeiras e principalmente sem barreiras procure o pessoal do Karate City, treine Karate. Apenas junte seus amigos e contemple a natureza, e mantenha disposição para levar adiante o legado da arte.

Pratique Karate-do!

Oss! Osu! Ossu!     

Jefferson Oliveira
Professor de Educação Física e Estudante de Karate-do estilo Shotokan





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