quarta-feira, 20 de junho de 2018

O SENTIMENTO E A EMOÇÃO DE VESTIR UM KARATE GI PELA PRIMEIRA VEZ


Olá Karatecas hoje resolvi falar um pouco sobre o uso do DOGI, e que para nossa arte marcial é o denominado de KARATE GI.

Tentarei falar mais tecnicamente sobre as terminologias mais usadas, também sei que é um assunto já bastante discutido em outros meios, porém é muito enriquecedor saber também sobre os sentimentos de vestir o Karate Gi pela primeira vez. Tentando entender mais afundo desde a parte cultural até o aspecto espiritual. 

Ainda hoje me pego a pensar e lembrar o meu sentimento inicial de colocar o primeiro Karate Gi. E gostaria de falar sobre esse sentimento ao menos sob minha percepção. 

Então um dia você vê alguém usando aquela vestimenta (GI) e com uma faixa (OBI) amarrada na cintura e fica a pensar o que representa para os praticantes usa-lá. Eu tenho certeza que isso o deixa muito intrigado em saber o que é vestir um Dogi e qual a sensação, e cito essa terminologia por que estamos falando sobre artes marciais tradicionais japonesas de um modo geral, e falarei mais sobre o uniforme especifico para a prática do Karate do 

Para você que está a observar digo colocar um Karate Gi e ir treinar não é para qualquer pessoa, primeiro você deve experimentar o Karate do através da prática, e nos primeiros treinos possivelmente não entenderá muita coisa, o certo é que se você gostar logo desejará vesti-lo e terá a percepção de que ele será como uma segunda pele. 

Pergunte a seu sensei ou professor se nesse momento inicial você pode usar roupas simples pensando nessa fase adaptação, porque antes de coloca-lo é sempre bom ter a convicção de que o usara por longo período e quem sabe por toda a vida.

Pode ser que sem o uso do Karate Gi nesse primeiro contato seja revelado um fato simples: O Karate do não é uma arte marcial simples tampouco é para qualquer pessoa, o uso do Karate Gi não deve ser banalizado e nunca deve ser encarado como um forma de ostentar o fato de ser um praticante de arte marcial. Logo se você gastar dinheiro para comprar um uniforme só seria benéfico a quem o produz ou vende o mesmo. 

O mais importante no Karate Gi não é seu estado de uso, se é novo ou usado, esteja ele já com bastante uso ou amarelado pelo tempo de uso ou as lavagens. Ele é para muitos comparado a uma farda, no momento em que você descobrir-se para a prática comum do Karate Do o simples ato de vestir Karate Gi será como defender a sua nova bandeira, que é a do caminho das mão vazias. 

Vamos falar das terminologias mais usadas: 

Do: Caminho, e GI: Vestimenta, roupa ou uniforme 

O Gi ainda é usado em outras áreas, para se referir à uniformes de trabalho, escolas, academias e outros. 

Obi: é faixa ou cinturão

Dogi é o termo que refere-se a vestimenta inicialmente padronizada pelos nossos irmãos de arte marcial o Judô, no pensamento do grande mestre Jigoro Kano para dar uma forma mais padronizada e emblemática e para se determinar o uniforme e também a essência da palavra para prática das artes marciais japonesas. 

Karate Gi: esse é o termo que melhor reflete ao uniforme de Karate Do. E foi instituído pelo mestre Gichin Funakoshi que era muito amigo de Jigoro Kano criador do Judô  e da aplicação do conceito “GI” nos uniformes. 

O Kimono é o termo mais usado ao menos aqui no Brasil ainda que seja um termo incorreto é muito disseminado e para entender como surgiu talvez tenhamos que olhar para o passado e tentar contextualizar com a cultura Japonesa e os impactos de sua chegada em nosso país.

O termo Kimono para nós nada mais é que um mal entendimento sobre o significado da palavra ou até mesmo por uso continuo talvez comparado ao uma gíria para nós brasileiros, ele está relacionado ao uma visão superficial de como começamos a enxergar a vestimenta dos primeiros lutadores que aqui  o vestiram. Pode ser que seja tão somente um erro de tradução ou interpretação quando os primeiros colonos japoneses que aqui chegaram ou talvez seja também uma tentativa de tentar dar uma nomenclatura mais ocidental e claro isso é apenas uma especulação já que não sabemos ao certo quem pronunciou pela primeira vez o nome Kimono para Karate em nosso país.

Para alguns professores aplica-se a ideia de que o uniforme GI nas artes tradicionais japonesas, possa representar como deveria ser a nossa mente, ser branco, puro e imaculado; a faixa corresponde ao nosso caráter, nossa formação marcial, ela nos envolve de muita responsabilidade em nossos atos dentro e fora do tatame; o DO é a nossa fé, nosso respeito, nosso compromisso, por isso não é correto desamarrar nossas faixas em frente aos nossos superiores.

Penso que se essa versão pode ser um dogma ou um dito popular, porém acredito que possa sim ainda que por analogia representar verdadeiramente a parte espiritual da arte marcial, usamos exemplos em tudo porque seria diferente quando relacionamos a nossos sentimentos em relação a prática, logo isso deve ser uma tarefa individual de cada um enxergar a sua própria representação do Karate GI. 

O fato é: Você consegue imaginar treinar sem o seu Karate Gi após conhecer um pouco da cultura marcial Japonesa? 

Falo muito sobre cultura no Blog, porque acredito que devemos respeitar a todos ainda que não seguimos no mesmo caminho. Isso é o principal meio de aprender ou aperfeiçoar-se de forma contínua ao longo na vida. 

O povo japonês em grande parte é adepto do Xintoísmo daí talvez a preocupação de fazer tudo com etiqueta e respeito incondicional as tradições. E afinal o que é Xintoísmo? 

O xintoísmo é uma religião baseada no respeito e culto da natureza, sendo considerada uma grande aliada e imprescindível para a existência da vida na Terra. A relação homem-natureza é o ponto central do xintoísmo. 

Me pergunto será que o xintoísmo não é uma forma de sinergia da natureza e também com as pessoas e um processo contínuo de troca entre as partes. 

Quis falar do Xintoísmo não como uma religião, mais como uma forma de representar as vestimentas GI pois acredito que tudo é um processo de integração. 

Chegará o dia que vestir o Karate Gi será para você como um processo, onde deixa-se as roupas comuns e carregadas de energias negativas, para vestir a sua segunda pele, aí sim, sem o ego das cores e das formas e sem o glamour das marcas e a exclusividade do status que é peculiar de altas classes sociais para finalmente vestir algo realmente tão comum quanto representativo dentro do caminho que você escolheu, certo de que no Karate Do Tradicional Japonês ele será sempre na cor branca.

OS DEPOIMENTOS DE PROFESSORES E SENSEIS:


"Quando eu vesti o Kimono pela 1º vez ainda na adolecência ali tive certeza de estar fazendo a melhor escolha da minha vida. E até hoje sinto-me confortável, preparado, confiante e seguro como se vestisse a minha armadura pronta para luta ao mesmo tempo sinto-me elegante como se usasse o meu melhor terno para ir para a maior festa da minha vida. Karate é o meu estilo de vida. O Kimono e o Karate mudaram minha vida."

**** Benicio Soares Karate Goju Ryu Shobukan 4º Dan CBKGST de Santo André/SP


"Colocar o Karate Gi pela primeira vez aos nove anos de idade me trouxe a mesma sensação de vestir uma fantasia de super herói aos 5 anos. Me senti mais forte, rápido e autoconfiante, pronto para enfrentar todos os desafios."

                                             *** Fábio Abreu Karate Shotokan 3° Dan pela CBK de Guarujá/SP


"A primeira vez que vesti meu Karate Gi me senti poderoso talvez por ser uma criança e não tive o  entendimento sobre a essência do Karate Do. Hoje sinto-me simplesmente com maior serenidade"

                                             ** Adriano Lima Castelo Branco Shotokan 2° Dan de Caucaia/CE


"Para uns a 2ª pele, para outros armadura, ao usar pela primeira vez o Karate Gi tem-se o momento mágico de vestir um dos mais tradicionais costumes japoneses e dar um grande passo ao adentrar na cultura nipônica“
       ****** Paulo Bartolo Karate Shotokan 6º Dan pela CBK de Santos/SP


"Eu sempre quis ser um herói, acho essa palavra fantástica, e ser sensei é exatamente o que isso significa, e quando coloquei meu Kimono a 17 anos atrás então com 21 anos, eu jamais imaginei que minha capa seria o kimono e meu "S" seria de sensei, a sensação em treinar, ensinar e principalmente aprender é indescritível, comparada somente na minha visão ao dom de dar a vida a alguém, pois é o legado mesmo que o aluno pare, sempre será imortalizado tanto dentro de mim quanto daqueles que aprenderam algo comigo"

*** Alex Castro Goju Ryu IKGA 3º Dan pela CBKI de Taboão da Serra/SP


"A primeira vez que vesti meu Karate Gi  me senti forte, confiante e determinado e ali tive a certeza que estava fazendo a melhor escolha para minha vida, hoje após 33 anos de Karate Do, O Karate Gi é muito mais que a segunda pele e armadura na minha vida."

**** Roque Bispo 4º Dan pela CBK de São Paulo/SP 

CONCLUSÃO

O processo todo de vestir o Karate Gi ao menos para mim chama-se limpeza da alma. E quando coloco o meu Gi deixo do lado de fora do Dojo as vibrações negativas, as substituo pelo sentimento de tentar de novo e novo e quantas vez forem necessárias até conseguir obter exito dentro da minha prática. 

Nessa matéria optei por não falar sobre o tipos de tecido ou uniforme mais recomendado pois esse não erá o tema principal. Logo peça orientação ao seu Sensei que certamente será a pessoa mais indicada para lhe indicar e ajudar nos primeiros passos.  


Convido-os a deixar suas opiniões, relatando o seu sentimento antes e depois de vestir seu primeiro Karate GI.
Aprendemos juntos!!!     

OSU! 
Jefferson Oliveira                                                                                                                                Professor de Educação Física e estudante Karate-do Shotokan 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Judogi (acesso em 18.06.2018)
https://pintokaratedojo.com/2014/03/06/kimono-de-karate/ (acesso em 19.06.2018)
https://www.significados.com.br/xintoismo/ (acesso em 18.06.2018) 

Imagem Ilustrativa: Yoshitaka Funakoshi (Gigo)

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quarta-feira, 6 de junho de 2018

OKINAWA O ENCONTRO COM AS ORIGENS DO KARATE NA VISÃO DE SENSEI PAULO BARTOLO


Esse mês trago no blog um convidado especial que além de um bom amigo que fiz nos últimos anos, porque não chama-lo de conselheiro para os assuntos de Karate. Obviamente é a minha impressão pessoal devido a uma conduta irrepreensível e seu grande amor pelo Karate-Do. 

Nessa matéria quis trazer um pouco sobre as históricas viagens, e sua trajetória como Karateca até o momento em que ele efetivamente ele resolveu realizar essa viagem ao berço do Karate.

O objetivo a todo momento foi conhecer um pouco sobre Okinawa através das experiências vivenciadas por meu convidado, que tenho o prazer de anunciar agora: O Sensei Paulo Bartolo 6º Dan de Karate Shotokan pela Confederação Brasileira de Karate (CBK). 

O sensei Bartolo também tem graduações reconhecidas em outros estilos de Karate, e por esse motivo tem know-how suficiente para nos passar grandes conhecimentos sobre a pratica do Karate de Okinawa, além de uma pessoa que se apresenta de forma serena e perspicaz, é sempre muito amistoso, ele que recentemente escreveu mais um grande livro sobre Karate Do: OKINAWA UMA VIAGEM AO BERÇO DO KARATE-DO e que fiz questão de ler 2 vezes e recomendo.

Abra sua mente e vamos conhecer um pouco sobre essas experiências vivenciadas pelo sensei Bartolo. Vamos juntos nessa viagem especial a Okinawa que tentarei conduzir os amigos e comunidade Karateca. Convido-os a sentar-se na poltrona vizinha a do sensei em um avião de emoções e nas assas da imaginação.

APRESENTAÇÃO DO CONVIDADO

Engenheiro Civil formado na UNISANTA e Professor de Educação Física formado pela FEFIS. Especializado em Treinamento Desportivo na UNAERP e Pós-Graduado em Karate-Do Bases Metodológicas e Psicológicas do Treinamento na UNISANTA. É professor universitário e Karate, assim como Escritor, Organizador de eventos de Karate e faixa preta 6º Dan pela Confederação Brasileira de Karate.

Em 1985, passou a ser aluno do mestre Yasuyuki Sasaki, do estilo Shotokan que representa a JKA (Japan Karate Association) no Brasil que mesmo após seu falecimento é reconhecido como um exemplo e grande líder do Karate no Brasil.

É professor de Karate desde 1979, fundando os Departamentos de Karate da UNISANTA e do Clube Sírio Libanês. Fundou a Associação Resistência de Karate em 1986. Escreveu 5 livros de Karate com mais de 7 mil exemplares vendidos. 

O Prof. Paulo Bartolo desenvolve as seguintes atividades atualmente: Ministra aulas na Associação Resistência de Karate, escreve livros de Karate, organiza eventos como torneios, cursos e palestras, é coordenador do curso de pós-graduação em Karate. 

Vamos a nossa entrevista... 


Jefferson: Sensei Bartolo como você conheceu o Karate-do e a quanto tempo você treina?
Sensei Paulo Bartolo: Foi em 1973 no Clube Internacional de Regatas em Santos. Eu já era judoca e aos 13 anos vi uma aula de Karate com o Prof. Manoel Lameiro, que foi, meu primeiro professor. Me identifiquei rapidamente e comecei a treinar. 


Jefferson: Como surgiu a ideia de ir para Okinawa? E o que o motivou a voltar outras vezes?
Sensei Paulo Bartolo: Okinawa era um sonho antigo, é o berço do Karate. E quando recebi um convite de um seminário em 2010 que ocorreria em Naha com 10 mestres diferentes achei que era a hora de realizar esse sonho. Fui sozinho e era o único brasileiro no curso com 20 faixas pretas. O idioma era o inglês e essa história que conto no meu livro. Foram tão fantásticos a recepção e o curso que estipulei que voltaria a cada 3 anos para reciclar e respirar aquele ar. Voltei já levando alguns alunos em 2013 e 2016. Agora vem os planos para a ida em 2019. 


Jefferson: Qual(s), as principais diferenças você observou em comparação com a nossa cultura, especificamente a questão comportamental?
Sensei Paulo Bartolo: A diferença é muito grande. Quando cheguei no hotel em Naha, no 1º dia deixava a chave do quarto na mesa do lobby e saía. No fim da viagem eu já estava entregando para a recepcionista com as duas mãos e olhando e seus olhos agradecendo com um Domo arigatô. Ver alunos da escola fundamental se manter em fila para varrer a escola logo de manhã com alegria, ao pagar conta em caixas de loja, restaurantes e ir ao banheiro sempre se mantendo em fila respeitosamente, não tem lixo na rua de jeito nenhum, entre tantas outras coisas é o grande diferencial do povo. Abordo isso também em meu livro sobre Okinawa.


Jefferson: Quais as principais diferenças na sua visão em relação ao Karate praticado em Okinawa em relação ao modelo japonês e até o Ocidental?
Sensei Paulo Bartolo: O Karate em Okinawa é utilizado em uma distância (MAAI) mais curto, a ênfase para a luta pela sobrevivência é maior assim como os calejamentos são uma constante feita pelos praticantes. 


Jefferson: Quais os principais passos para se organizar uma viagem natureza? 
Sensei Paulo Bartolo: Um dos objetivos do meu livro foi facilitar a vida de quem deseja ou pretende ir a Okinawa. Reservo um capítulo só com as orientações necessárias: visto, passagem aérea, seguros ne, câmbio, postos turísticos, como se locomover, etc.... Então o principal passo para se organizar uma viagem dessa é comprando meu livro, hehe


Jefferson: De acordo com as experiencias que você vivenciou nos treinamentos na prática, poderia nos falar uma pouco sobre os estilos nativos de Okinawa?
Sensei Paulo Bartolo: Treinei no Seminários com grandes expoentes do estilo Goju-Ryu, Shorin-Ryu da escola Kyudokan e Shorin-Ryu da escola Seibukan, Isshin- Ryu, Uechi-Ryu e Kenyu-Ryu. Eu já conhecia os estilos Shorin e Goju e a novidade foi o Isshin-Ryu com as suas aplicações de socos verticais, (Tate Ken). Nos estilos Uechi-Ryu e Kenyu-Ryu tive a oportunidade de aprofundar mais os conhecimentos sobre eles. No livro falo detalhadamente as origens desses estilos, suas variações e suas escolas. 


Jefferson: Qual(s) o mestre(s) o Sr. treinou que efetivamente o fez sentir o Karate na essência e qual o ponto mais marcante durante os treinos?
Sensei Paulo Bartolo: todos são muito bons, mas Mestre Higaonna da Goju-Ryu é fantástico. Treinei em seu Dojô com seus alunos e foi uma experiência inesquecível. Demonstrou uma técnica de agarramento e projeção comigo e o fez com muita maestria e técnica. Dono de um conhecimento fora do comum e uma atenção com os novos e visitantes impressionante. Um calejamento de mãos absurdo. Andar em Santin Dachi segurando os vasos com areia nas mãos foi um momento marcante. Ninguém aguente mais, mas ninguém larga, hehe 


Jefferson: O Sr. recomendaria essa viagem a Okinawa para fins de estudo do Karate para qual perfil ou nível de conhecimento dentro do Karate? 
Sensei Paulo Bartolo: Isso é muito delicado para responder. Eu começo o livro falando sobre isso. Recebi o convite quando estava com 50 anos e achei que era o momento certo para participar. Na minha análise, eu já tinha participado em eventos nas Américas, Europa e África e citei a idade porque a maturidade do entendimento do Karate vem com o tempo. Meu Sensei Sasaki sempre dizia: “O Karate com 20 anos é um, com 40 anos é outro e com 60 anos também é diferente” Não que tenha idade para ir, mas é o jeito de ver que importa. 


Jefferson: O Sr. poderia nos deixar uma dica para aperfeiçoamento, e dessa forma nos ajudar crescer dentro da arte marcial Karate-do?
Sensei Paulo Bartolo: Treinar e estudar. A prática e o conhecimento formam a dupla ideal para o aperfeiçoamento. Não vou poder deixar de citar outra fala de meu Sensei Sasaki: “Se só treinar e não estudar o seu karate fica rude, vira ogro, se só estudar e não treinar fica louco, só imaginando. O certo é fazer ambos, achar o caminho do meio, o equilíbrio.” Sábias palavras. Tenho saudades do meu mestre! 

“Sou um professor de Karate-Do e fiz desta arte marcial minha vida. O Karate-Do não é meramente um esporte, mas sim, uma arte marcial complexa que harmoniza a mente, o corpo e o espírito. Escolhi como missão da minha existência ser educador através do Karate-Do, enaltecendo valores como respeito, honra, virtude e disciplina. Seguindo esse caminho me tornei também escritor e coordenador de curso de pós-graduação em Karate”


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como narrou Sensei Paulo Bartolo durante a entrevista, a prática e a teoria se complementam, logo tudo deve estar em perfeito equilíbrio. Nunca negligencie respectivamente teoria e prática, agregue e assim como um bolo simples tem uma forma básica, os ingredientes certos darão a textura e o sabor desejado.

Okinawa apresenta uma diversidade de estilos de Karate imensa e o Shotokan não é nativo e é pouco disseminado e conhecido por lá. Certamente você encontrará uma escola Shotokan lá talvez na mesma proporção de encontrar um lutador de capoeira no Japão.

Logo Karate é também uma herança cultural de grandes mestres que dedicaram suas vidas na evolução marcial para combate de sobrevivência, e nesse caminho foram buscando as melhores técnicas e estratégias para vencer seus adversários.

Em Okinawa o Karate é mais treinado para combates a curta distância, proporcionado maior contundência e calejamento.

Na questão comportamental estamos ainda muito longe desses povos que dão maior valor ao aspecto humano e social para um boa convivência entre si.

Em relação a maturidade para esse passo de ir a Okinawa, tem um aspectos muito importante a ser observado e ao que me parece quando você vai ao lugar igual a Okinawa precisa estar apto a vestir a faixa branca ainda que seja em seu coração. Talvez você precise reconhecer que aprendizagem vem na medida que reconhecemos nossa própria ignorância assim evoluímos em todos os aspectos.

Viajar com certeza todos podem e devem, existem viagem em que você vai conhecer lugares fantásticos  e em outras viagens vai conhecer a si mesmo.

AGRADECIMENTOS

Posso dizer que o Sensei Paulo Bartolo desde a idéia até a formação dessa matéria mostrou-se muito cortez e muito solicito ao objetivo desse blog, e por esse motivo gostaria de demonstrar aqui meus sinceros e humildes agradecimentos, deixando sempre as portas abertas para novas pautas.

Desejo a você sensei todo sucesso, que possam surgir ainda mais livros e reconhecimento nessa incessante busca pelo conhecimento.

OSU!

Jefferson Oliveira
Professor de Educação Física e Estudante de Karate Do estilo Shotokan


PRÓXIMO EVENTO COM SENSEI PAULO BARTOLO


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